O debate no Congresso dos EUA sobre ampliar o teto do endividamento do governo será a principal questão fiscal que estará no radar dos mercados este ano. Em 19 de janeiro, o governo atingiu seu limite legal de endividamento: US$ 31,4 trilhões (máximo histórico). Portanto, compartilhamos alguns pontos que podem influenciar as negociações ao longo desse processo:
- Data “X”: o Tesouro ainda não estabeleceu uma data específica, no entanto, se estima que a data real em que o governo não teria os fundos necessários para pagar todas as suas obrigações seria entre julho e setembro (conforme informou nos últimos dias o Escritório de Orçamento do Congresso, CBO). A determinação da data “X” dependerá em grande parte da receita recebida por impostos durante abril.
- O Partido Republicano tem uma pequena maioria no Congresso: os republicanos não têm muito poder de negociação, porque o partido tem a menor maioria na Câmara desde o período de 2001 – 2003.
- As receitas fiscais poderiam diminuir: o governo recebe continuamente a receita por meio da cobrança de impostos, embora o ritmo e a magnitude desses ingressos dependam em maior medida da economia. Sob esse contexto, o mercado pressupõe que a economia possa crescer este ano 0,6%.
- Ambiente financeiro restritivo: com as taxas de juros que aumentam de forma acelerada, as condições de financiamento tornaram-se mais desafiadoras. Portanto, os gastos futuros do governo podem sofrer um impacto significativo (atualmente o pagamento de juros representa 8% das receitas tributárias).
Com a perspectiva de que o tesouro pudesse esgotar seus recursos até o verão, o cenário mais provável aponta para um acordo entre os legisladores para aumentar o limite de endividamento, não descartando os episódios de controvérsia política. Nesse sentido, é vislumbrado que os republicanos não aumentarão o limite do endividamento em troca de cortes de gastos, embora os democratas favorecessem um aumento no limite para não cair em default e evitar aumentar as tensões como as vividas em 2011, quando a S&P rebaixou a qualificação do governo de AAA para AA.










