Em seu mais recente comunicado, o FED destacou que os indicadores recentes apontam para um crescimento moderado do gasto e da produção, a criação de empregos nos últimos meses tem sido notável, permitindo que a taxa de desemprego permaneça baixa, embora a inflação continue alta. Por outro lado, destaca que o sistema bancário americano é sólido e resiliente, nos quais os eventos recentes provavelmente resultarão em condições de crédito mais apertadas para famílias e empresas, impactando a atividade econômica e a inflação. A extensão desses efeitos é incerta.
Diante desse contexto, o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) aumentou a taxa de referência em 25pb para uma faixa de 4,75% a 5,0%, seu nível mais elevado desde o final de 2007. Essa decisão veio em linha com as expectativas e foi unânime. Também foi antecipado que o aperto adicional da política pode ser apropriado para alcançar uma postura monetária suficientemente rígida para trazer a inflação de volta para 2% ao longo do tempo. Como em publicações anteriores, o FOMC anunciou que monitorará de perto as informações recebidas e avaliará as implicações para a política monetária. Dito isso, reiterou que continua muito atento aos riscos associados à inflação. Por fim, indicou que estará preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado, caso surjam riscos que possam impedir o alcance dos objetivos, levando em consideração a situação do mercado de trabalho, as pressões inflacionárias, as expectativas de inflação e o desenvolvimento dos eventos financeiro e internacionais.
Como acontece a cada três meses, o FED atualizou suas perspectivas em relação à taxa referencial, vislumbrando que ela poderá fechar este ano em 5,1%, inalterada em relação à estimativa de dezembro. Para 2024, a nova estimativa refletiu um ligeiro aumento de 4,1% para 4,3%, no entanto, se mantém a expectativa de taxas menores em relação a 2023 (5,1% vs. 4,3%). No que diz respeito às perspectivas econômicas, a nova estimativa sugere que a economia poderia crescer 0,4%, muito em linha com a previsão anterior de 0,5%. Para a inflação (Despesas de Consumo Pessoal, PCE), a nova estimativa reflete uma leve pressão de alta considerando uma taxa de 3,3% (vs. 3,1%).
Durante a sua conferência de imprensa, Jerome Powell reiterou que o sistema bancário é forte e continua bem capitalizado, apoiando as recomendações para uma maior regulamentação do setor. Por outro lado, descartou cortes na taxa de referência para este ano.
