Ao longo deste ano, o domínio do dólar americano como a maior moeda de reserva global foi questionado. Não é a primeira vez que surge este questionamento, tendo antecedentes: a criação do euro em 1999, a grande crise financeira de 2008 e o boom das criptomoedas. Agora, começa a ganhar força a perspectiva de que o yuan chinês poderia funcionar eventualmente como um substituto à moeda americana. No entanto, destacamos alguns pontos que nos permitem pensar que esse cenário continua distante, já que o dólar americano possui fortes argumentos para manter sua hegemonia
- Por um lado, cerca de 60% das reservas que os bancos centrais no mundo possuem são em dólares americanos (67% há 20 anos). Em segundo lugar o Euro com 20%, enquanto o Yuan mal chega a 3%. Outro fator a ser levado em consideração é que os investidores estrangeiros mantêm um apetite significativo por ativos financeiros americanos, seja por meio de instrumentos do governo, como Notes – Treasury Bonds, seja por meio de ações.
- Por outro lado, o dólar norte-americano mantém um papel importante no desempenho da economia global, facilitando e agilizando uma grande quantidade de transações, já que cerca de 90% das operações comerciais o utilizam como moeda de troca. Enquanto isso, o comércio em yuan representou menos de 2% do comércio mundial em 2022.
- Em relação ao yuan, lembremos que não é uma moeda livremente convertível ou que opera em regime de livre flutuação, ou seja, que o seu valor é determinado pelas forças do mercado, sem intervenção direta das autoridades monetárias.
A curto prazo, não descartamos que o dólar continue perdendo força, principalmente porque o Fed poderia interromper o ciclo de alta de juros iniciado no ano passado. Esses altos e baixos não significam que o papel que descrevemos acima para o dólar americano está chegando ao seu fim. Lembremos que uma divisa, para que possa ser considerada uma moeda de reserva, deve ser estável e segura, funcionar como meio de troca, armazenar valor e ser amplamente aceita e confiável. Todas essas características são cobertas pelo dólar americano, indicando que os Estados Unidos são o centro financeiro global, bem como a maior economia do mundo com um ambiente político estável.










