FED: Alta agora pode representar uma pausa mais adiante.

Comentário Semanal
quarta-feira, 3 % maio, 2023

Em linha com o esperado pelo mercado e por unanimidade, o FED aumentou a taxa de referência em 25pb para um intervalo entre 5 e 5,25%. Esse movimento representou a décima alta desde março de 2022 e chegou ao seu maior patamar desde setembro de 2007. No comunicado, destacou-se que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC em inglês) reiterou que “acompanhará de perto as informações recebidas e avaliará as implicações para a política monetária”. Essa frase contrastava com as palavras expressas na declaração de março, porque omitia uma linha que mencionava que o Comitê “antecipa que pode ser oportuno reafirmar algumas políticas adicionais (ou seja, mais aumentos da taxa básica de juros)”. Essa mensagem de certa forma pode estar aludindo a uma possível pausa no ciclo mais agressivo de alta de juros desde 1980. Nesse contexto, o Comitê expressou que continua muito atento aos riscos de inflação, razão pela qual se compromete a devolvê-la à sua meta de 2%

Além disso, o comunicado apontou para uma postura mais dependente dos dados emergentes, mencionando que “ao avaliar a postura apropriada para a política monetária, o Comitê continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas”. Portanto, estaria preparado para ajustar a orientação da política monetária em conformidade, caso surgissem riscos que pudessem impedir o alcance dos objetivos. As avaliações levarão em consideração uma ampla gama de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas de inflação e desenvolvimentos financeiros locais e internacionais. Por fim, em meio à turbulência que o sistema bancário vive, o comunicado voltou a destacar que o setor é sólido e resiliente, embora condições de crédito mais restritivas devam pesar sobre a atividade econômica, o emprego e a inflação; onde a extensão desses efeitos permanece incerta.

Jerome Powell durante sua entrevista coletiva, enfatizou que sua previsão é de crescimento modesto e não de recessão. Powell também confirmou que o processo de redução da inflação tem um longo caminho a percorrer e por enquanto descartou cortes na taxa de referência.