Enquanto várias regiões começam a enfrentar riscos ao seu crescimento devido ao aperto monetário dos bancos centrais para controlar a inflação, a China, na direção oposta, apresentou crescimento robusto nos primeiros três meses do ano. Nesse sentido, o PIB no 1T23 acelerou para uma taxa anual de 4,5% (+2,2% trimestral), o que representou um crescimento superior à expectativa de consenso de 4%.
O crescimento da China tem sido fator de atenção dos investidores, desde dezembro passado o governo acabou com a maior parte das restrições à Covid, que vigoravam por quase três anos. Além do PIB, o governo anunciou que a produção industrial cresceu 3,9% em março, em linha com as expectativas; enquanto as vendas no varejo cresceram quase 11% e superaram o consenso. Para contextualizar, a economia da China cresceu 3% em 2022, abaixo da meta oficial de crescimento de cerca de 5,5%. Para este ano, o governo estabeleceu, no mês pasado, uma meta de crescimento que pode ficar em torno de 5%.
Por outro lado, o Banco Popular da China manteve a taxa de referência a um ano inalterada em 2,75%, antes da publicação de todos estes dados. No entanto, o consenso não descarta uma possível criação de estímulos nos próximos meses, tendo em vista que o último índice de inflação conhecido atingiu o menor nível em 18 meses, bem como o possível contágio pela desaceleração global. Além disso, o governo buscaria impulsionar a economia por meio de projetos de infraestrutura em atividades-chave, como transporte urbano e tecnologia (desenvolvimento de mais capacidade na internet 5G)
Por fim, a força observada no setor de serviços (Índice PMI Caixin) seria outro componente essencial para cumprir a meta de crescimento do governo, no qual os resultados do mês passado mostraram a expansão mais acentuada do setor desde novembro de 2020, graças à formação de novos negócios.
